sábado, 2 de janeiro de 2016

Banheiro Público / Canto A Ilu-Ayê * Antonio Cabral Filho - RJ


Banheiro Público

Tinha que ser francês
O inventor do pão francês,
Do perfume francês,
Da champagne francaise,
Do soutien. da lingerie,
Do baton, da bijouterie,
E inventor ainda por cima
Do toilete...

Não vamos nacionalizar
A invenção do “viado”,
Mas que viado francês
É um viado sui generis,
Ah, isso lá é,
Como dizia meu avô.

Mas o pior disso tudo
É entrar em banheiro público
E encontrar lá dentro,
Como que nos aguardando,
Aquelas bichas acintosas
Nervosas que nem barata
Todas querendo ver
O “abrir do fechecler”,
Outra invenção francesa,

E expor a mixaria,
como raro souvenir...
É preciso ter fibra,
Ser macho mesmo,
E se proteger com cuidado,
Porque uma bicha no cio
Se mata por um piu-piu.

Desde minha infância
Não me esqueço do sufoco
Que passei no banheiro
da Central do Brasil
Com aquela fila de bichas
Olhando para o meu pinto... 
*

Nenhum comentário:

Postar um comentário